CIA PARA MULHERES

Esse artigo está sendo escrito como observação empírica do retrato da mulher de nossos dias e o impacto dos multimegasuperblaster papéis que desempenhamos!
Eu sou Carla Afonso, 51 anos, mãe de três filhos, sogra/mãe de duas noras (por enquanto), avó de um serzinho de quatro anos, casada, empresária no ramo da saúde, educação e desenvolvimento, filha de uma senhora que vai fazer oitenta anos, proprietária de uma terrinha na serra capixaba, estudante eterna, “dona de casa” sempre, mulher quando sobra tempo e energia!
Possivelmente você se identificou com minha resumidíssima biografia e certamente inclui aí, muitas outras funções no seu dia a dia, mas o que temos em comum?
A difícil arte de “DIZER NÃO”!
Tenho recebido das mais diversas faixas etárias, classe social, convicções sociais, política e religiosas, mulheres exaustas; acometidas pela patológica facilidade em aceitar ser a mantenedora financeira, afetiva, a coaching, faxineira, cozinheira, lavadeira, fonte de suprimento de todos os víveres da casa, a que leva o carro ao mecânico, compra o material da reforma da casa de praia, responsável pelo sucesso acadêmico de filhos, netos, sobrinhos, etc
Será que acontece somente lá em casa? Seus filhos e marido perguntam pra você onde está a camisa de um, as meias do outro, o carregador celular…mesmo que você saia pela manhã para trabalhar e somente volte ao final do dia? E o mais bizarro; você SEMPRE sai à procura e acha, ou sem nem mesmo dar uma busca, diz de pronto onde estão os pertences de toda a família?
Gosta de fazer receitinhas especiais, perfuma as gavetas e guarda roupas de todos, distribui amorosamente as roupas, já que, a secretária não vai saber distinguir o dono entre 4 cuecas, praticamente idênticas (no meu caso sou a única usuária de calcinhas em minha casa) e sempre chega em casa com algo que lembrou que um dos seus familiares está querendo ou precisando.
Está sempre à disposição para acompanhar alguém a uma consulta médica, levar para a faculdade, buscar no plantão, ficar com o neto para filho e nora curtirem a noite…
O que acontece quando exageramos? Pela ansiedade gerada acionamos de forma disfuncional o eixo luta/fuga, exacerbando a atividade da amigdala cerebral, diminuindo o tamanho do hipocampo pelo excesso de cortisol, destruindo a bainha de mielina, atrapalhando a digestão, sono, concentração, memória, aumentando a glicose no sistema e assim sucessivamente como um efeito dominó, desequilibrando para tentar acompanhar o primeiro que disfuncionou no sistema.
Com isso, os pulsos elétricos do cérebro apresentam uma espécie de engessamento em determinadas ondas, gerando respostas específicas no corpo, cérebro e comportamento.
Para entender sobre predomínio de ondas cerebrais acesse : https://ciadocerebro.com.br/2020/10/04/predominio-de-on…e-comportamentos/ ‎
Estabelecer as suas prioridades é vital para que o seu espaço não hipertrofie (como muitas outras partes do nosso corpo quando não usadas) e você desenvolva a habilidade de dizer não quando isso invade este limite psicogeográfico.
Entender que você não precisa ser cem por cento na satisfação e expectativa de todos e utilizar as sobras da sua energia para dar um “start” em algum projeto do passado, fazer algo somente para atender às suas necessidades e desejos; mesmo que sua meta seja simplesmente não FAZER NADA!
Prazeres que nos negamos inúmeras vezes, tais como tirar um dia de semana de folga (quando ética e legalmente, claro), dormir à tarde quando possível, não voltar do fim de semana no domingo ou inicia-lo na quinta-feira!
Deveres que muitas vezes desconhecemos, como por exemplo dizer que a roupa, as comidinhas especiais, achar e guardar pertences é responsabilidade de cada proprietário; isso é LIBERTADOR.
Dizer para a empregada doméstica fazer o que ela quiser quando ela te perguntar sobre o que fazer para o almoço.
Não levar a mochila do mais velho para o sapateiro e nem tampouco, ir buscar as camisas do marido que estão na costureira há seis meses para pregar os botões; é orgásmico!
“Cada qual no seu quadrado” permite você manter a forma geométrica do seu círculo de proteção (invasão).
Quando assumimos muito mais do que podemos, sua cabeça até pode dar conta (só que não), mas o corpo não tolera desaforo por muito tempo e possivelmente você comece a adoecer para perceber que é preciso “dar à César o que é de César” e recuperar o seu equilíbrio.
DIZER SIM É HUMANO (diria humana) e DIZER NÃO É DIVINO!
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Carla Afonso
Comunicóloga, Psicopedagoga e Neurotrainner